Novos incentivos ao mercado editorial: otimismo para 2023
Publicado em: 17 de março de 2023 Categorias: Destaque
Expectativa é de que a retomada de políticas públicas de incentivo à pesquisa e à produção científica aqueça o mercado
Apesar de algumas dificuldades pelas quais o mercado editorial tem passado nos últimos anos, como o fechamento das livrarias megastores e a diminuição de políticas públicas de incentivo à leitura, o interesse pelos livros vem aumentando entre os brasileiros desde a pandemia. O dado é revelado pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IPEC e divulgada em agosto de 2022.
A pesquisa aponta que ler livros ajudou a enfrentar o isolamento imposto pela pandemia de Covid-19: 87% dos entrevistados informam que leram mais durante esse período, ao mesmo tempo em que 60% afirmam terem aumentado seu interesse por livros.
A ampliação do gosto pela leitura e, consequentemente, o aquecimento do mercado editorial, também é revelado pelos dados divulgados pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) que mostram que o ano de 2022 terminou com crescimento no varejo de livros no Brasil, indicando um cenário positivo para o setor.
Com as vendas movidas especialmente pelas compras de Natal, o painel elaborado pelo SNEL registrou movimentação de 5,78 milhões de livros comercializados, nos mais diversos formatos, com uma arrecadação de cerca de R$ 270 milhões. Isso significa um aumento de 6,16% nas vendas e de 15,18% no faturamento em comparação com os resultados do mesmo período de 2021. Contudo, mesmo que os dados apontem para um cenário de crescimento em 2023, o Gestor de Atendimento da EAB Editora, Rodrigo Roman, destaca que ainda é preciso olhar com cautela para como ficará o mercado editorial neste ano.
“As expectativas são boas e os números são animadores, porém sabemos que a venda dos livros é diretamente impactada pelo aquecimento ou não da economia e, especialmente pelo aumento da renda da maioria da população. Esperamos que as mudanças na perspectiva de desenvolvimento econômico se concretizem em aumento do poder de compra da população, mas ainda não é claro como e quando ocorrerá”, explica.
Políticas públicas de incentivo à produção e disseminação de pesquisas científicas
Outro ponto que merece atenção e que impacta diretamente no mercado editorial diz respeito às políticas de Estado. O Governo Federal tem reforçado no último período a importância dos programas nacionais de incentivo à leitura e também o fortalecimento da pesquisa e da ciência no país.
Diante desse contexto, a EAB enxerga uma retomada do debate sobre a pesquisa científica e sobre o incentivo à formação de pesquisadoras e pesquisadores no Brasil, seja pelo reajuste das bolsas de pesquisa e iniciação científica, seja pela reestruturação de políticas de fomento à programas de pós-graduação, mestrados e doutorados.
“Essa perspectiva é animadora para a Editora porque trabalhamos com foco nesses públicos. Percebemos ao longo dos últimos anos que um conjunto muito grande de pesquisadoras e pesquisadores altamente qualificados foram abandonando a pesquisa acadêmica para se dedicar a outras atividades e poder sobreviver, uma vez que o incentivo estatal aos programas de pesquisa foi praticamente extinto. Então acreditamos que agora, num cenário de retomada de políticas públicas de Estado, se possa, num espaço não muito longo de tempo, ter aumento da produção e da disseminação de pesquisas, com a volta destes profissionais para a academia”, comenta Roman.
Desde 2019, a EAB Editora atua na publicação de livros, artigos, relatórios e outros formatos que compartilham resultados e fomentam novas descobertas científicas. Para isso, oferece orientação, métodos, tecnologias e serviços que contribuem para que autores e as instituições de ensino superior possam publicar suas pesquisas, em suporte impresso ou eletrônico, e atingir seus objetivos de divulgação e difusão dos resultados obtidos.