A sistematização de práticas como ferramenta para a construção de saberes
Publicado em: 21 de abril de 2023 Categorias: Destaque
Serviços ofertados pela EAB Editora auxiliam organizações populares e movimentos sociais a sistematizar suas práticas
A educação popular aponta a experiência como relevante por ser considerada desencadeadora da produção do conhecimento. Pensar sobre o que se faz, sistematizando estas experiências, de alguma forma, é dar conta dos processos históricos que, por meio dos discursos, posicionam sujeitos que produzem suas experiências.
No contexto das organizações e movimentos populares a urgência está no fazer, no agir, afinal de contas é na ação que estas organizações se constituem, têm sua origem e realizam seus objetivos. Contudo, refletir e avaliar sobre o que foi feito também é uma etapa importante para aprender com a prática e, a partir dela, avançar.
Para nosso texto de hoje, conversamos com o Gestor de Atendimento da EAB Editora, Rodrigo Roman, sobre o significado da sistematização de práticas e sua importância para os movimentos sociais e para as organizações populares.
Conforme destaca Rodrigo, a sistematização é uma etapa fundamental que contribui para inovar e disseminar conhecimentos e saberes obtidos a partir de experiências concretas vivenciadas pelos sujeitos que compõem os movimentos. “As organizações e movimentos que registram sistematicamente suas práticas possuem melhores condições de planejar e executar ações futuras, isto é um valor relevante não só para a organização mas para seus parceiros e financiadores. O conhecimento da experiência já vivida não se perde no tempo ou fica restrito às pessoas que participaram diretamente, podendo ser incorporado como um saber coletivo, de toda a organização”, explica.
Roman pontua, ainda, que a sistematização desses conhecimentos que retratam a práxis das organizações populares e movimentos sociais, tornam-se documentos que se transformam em fontes para as pesquisadoras e pesquisadores, possibilitando a realização de investigações acadêmicas mais conectadas com a realidade e garantindo o registro histórico de um determinado período.
Etapas da sistematização
Mas, como começar uma sistematização? Quais são as etapas que estruturam esse processo? Roman explica que o primeiro passo é o registro das ações realizadas pelos movimentos e organizações. Esses registros devem abranger as diversas etapas preparatórias de debate e tomada de decisão, assim como as etapas de realização das atividades. “Essa parte documental pode ser feita por escrito, através de fotos, vídeos e relatos via áudios, sempre buscando abranger o máximo de pessoas possível”, explica.
A segunda etapa consiste na organização e estruturação dos relatos obtidos e, a partir deles, a realização de debates com os sujeitos envolvidos na construção das ações. O objetivo é ouvir e coletar informações sobre os limites encontrados, os avanços obtidos e os aprendizados construídos a partir das ações realizadas. “Nessa etapa, em alguns casos são realizadas entrevistas com participantes a fim de ter uma avaliação mais aprofundada, considerando o ponto de vista de pessoas de fora da organização mas envolvidas nas ações realizadas”, relata Roman.
A última etapa do processo de sistematização é a escrita, de fato. O momento em que se coloca no papel ou na tela, expressos em palavras, os saberes construídos a partir da prática de cada uma das ações. Esse material, devidamente documentado e organizado, poderá se transformar em uma publicação em distintos formatos, como cartilhas, livros impressos ou eletrônicos.
Serviços ofertados pela EAB auxiliam na sistematização
Com o objetivo de contribuir para que os movimentos sociais e as organizações populares documentem suas experiências e, a partir delas, construam novos saberes, a EAB Editora oferece serviços diferenciados para auxiliar na elaboração dos materiais.
Roman explica que em alguns casos e dependendo da necessidade de cada organização, a Editora pode estar presente desde o início do processo, sugerindo métodos e procedimentos que facilitem todas as etapas. Em outros casos, a colaboração da EAB se dá a partir dos originais escritos. “Nessa etapa sugerimos a melhor organização deste conteúdo para que ele seja facilmente compreendido por um público que vá além dos membros da organização”, explica. A EAB também auxilia na correção dos textos, na coleta, no tratamento e na organização de arquivos de imagens, áudios e vídeos.
Outro diferencial está no momento de publicar o material elaborado. Nesta etapa, além de oferecer suportes de publicação eletrônica, a EAB Editora dispõe da possibilidade de impressões de pequenas tiragens que ampliam a capacidade de distribuição e disseminação dos conhecimentos construídos.